
Mudei de cidade, mudei de emprego, mudei de vida... em um dia tive o grande desafio de decidir o destino de minha vida presente. Voltar pra cidade de onde você saiu buscando sua independência, realmente não é fácil. Voltei. Voltei para casa de meus pais. Voltei para a empresa onde trabalhava. Voltei para mesma vida de mais de 1 ano atrás. Dá uma sensação de regresso, mas só sensação. Eu mesma acabei pensando se a vida não estaria fazendo isso comigo, me regredindo, me tornando menor, sendo o menino que me olha como formiga, mas quando olho de outra forma, vejo que essa situação não passa de um avanço. Voltei não porque não deu certo na fria Curitiba. Voltei porque alguém me acha capaz. Voltei profissionalmente, embora a família fizesse parte do pacote, claro. Ser convidada a voltar para empresa onde você trabalhou, mas num cargo melhor, de maior responsabilidade, realmente é tentador. E não adianta alguém querer me tachar de egoísta. Egoísta por ter deixado A pessoa que amo... por ter deixado AS pessoas que amo. Estou na idade do egoísmo e quem é de minha geração também está. E temos que aproveitar esse egoísmo se tivermos oportunidade, porque todo egoísmo que inclua nosso lado profissional, futuramente será de um compartilhamento muito mais bem sucedido. Mas não é fácil. Não está sendo fácil... e quem disse que seria? Mas ilusão a minha se pensasse que tudo seria um mar-de-rosas. Minha vida profissional vai muito bem, obrigada. Elogios constantes me motivam mais. Estou fazendo a minha parte, e há quem está satisfeito com isso. Já minha vida pessoal... como é difícil querermos nos reacostumar com o que num dia era nosso passado e de uma hora pra outra ele volta a fazer parte de nosso presente. De repente, a cidade que conhecemos tão bem se torna tão estranha. De repente, me vejo sozinha sem ter ninguém com quem desabafar minha vida solitária. Aí numa ligação converso com os que estão há quase 900km longe de mim, no mesmo convívio que eu tinha. Aí choro. Choro de tristeza, choro de culpa, choro de cansaço, choro de saudade... e eita palavrinha essa que tem uma grandiosidade absurda! Chega a doer. E dói muito. Mas aí me ocupo com meu grande volume de trabalho, e por 1 segundo a saudade vai embora, até meus pensamentos ficarem com tempo de pensarem de novo. Minha vida aqui se resume a uma palavra: DESAFIO. O desafio de minha vida profissional, aprendendo tanta coisa... e o desafio de minha vida pessoal, de superar minha tristeza, minha saudade e minha solidão.
E vem a contradição, porque voltar para casa dos pais não é bom, mas para mim a coisa boa está em estar com minha família. São as maiores preciosidades da minha vida. E quero curtir muito isso enquanto estiver aqui, nessa cidade com eles, até encontrar um outro rumo pra minha vida de novo.
Mas nossa vida é feita de escolhas, tem gente que não dá a mínima para novas oportunidades. Até hoje, acho que não desperdicei uma oportunidade que a vida deixou bem na minha cara. E não me arrependo de nenhuma dessas que encarei. Gosto de me aventurar e ver o que a vida tem pra me oferecer. Gosto de crescer. E por mais dolorosas que essas escolhas possam parecer (e realmente são), temos que nos desafiar e encarar. E essa foi só mais uma mudança (tão difícil e dolorosa como as outras), entre tantas que já passei e que ainda vou passar. Isso faz parte de nós. Só tenho que aproveitar isso, como das outras vezes, pra me fazer crescer mais e me tornar alguém melhor. Eu to tentando. Mas um dia eu volto... e vai ser mais uma escolha que a vida vai me oferecer, mas que ela não seja cruel em demorar a me propor isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário